
(Re)Viver a
Praça de Carlos Alberto

Edifícios e Monumentos
Palacete dos Viscondes de Balsemão
O palacete dos Viscondes de Balsemão está situado no lado norte da Praça Carlos Alberto. Foi mandado construir por José Alvo Brandão Godinho, em meados da segunda metade do século XVIII. O palacete entrou no património da família Balsemão a partir do casamento de D. Maria Rosa Alvo com o seu primo, Luís Máximo Alfredo Pinto de Sousa Coutinho, que foi o segundo Visconde de Balsemão.
Contudo, em 1840, o edifício foi alugado a António Bernardino Pexe que transferiu a sua prestigiada hospedaria que tinha na Rua do Bonjardim para o Palacete. Foi nesta hospedaria que foi acolhido o Rei Carlos Alberto de Saboia de Sardenha e Piemonte que, após ter sido derrotado na batalha de Novara, procurou exílio no porto entre os dias 19 a 27 de Abril de 1849, enquanto esperava que a sua casa na Quinta da Macieirinha ficasse pronta.
Depois desta função, no ano de 1854, o palacete foi adquirido por um grande proprietário e capitalista, o 1º Visconde da Trindade, José António de Sousa Basto, o qual fez obras de remodelação ao edifício, introduzindo profundas modificações, que resultou no aspeto atual do palacete. Após a sua morte e, mais tarde, da sua mulher, em 1895, a filha D. Josefina Henriqueta Sousa Basto herdou o palacete.
O Palacete dos Viscondes de Balsemão é do estilo neoclássico, com influências neopalladianas que eram típicas na região do Porto devido à presença inglesa que acabou por desencadear trocas culturais na altura das Invasões Francesas.
Como é típico do seu estilo arquitetónico, o edifício possui uma estrutura essencialmente horizontal e simples. Um outro elemento neoclássico presente no seu exterior são os balaustres na cimalha, que servem para embelezar o edifício e criar ritmo.
Relativamente ao seu interior, atualmente, possui arcos de volta perfeita, azulejos nas paredes e ainda mantém os tetos decorados com estuque, pintura e caixotões.


Desde o início do século XX, o Palacete dos Viscondes de Balsemão foi sede de vários serviços. Desde 1996 até hoje, acolhe a Direção de Cultura da Câmara Municipal do Porto e foi aberto como espaço cultural em 2001, dispondo de vária valências de índole cultural, resultantes da adaptação dos espaços interior e exterior do edifício.
No rés-do-chão, encontra-se uma sala dedicada a exposições temporárias, quase sempre dedicadas à arquitetura. Imediatamente à frente está o Gabinete de Numismática. Este Gabinete foi mudado para o palacete em 2008, e possui uma das mais completas e importantes coleções do país, a qual teve origem no medalheiro do Museu Allen, fundado em 1835, por João Francisco Allen.
No andar superior, o antigo salão do palacete foi adaptado para Auditório, com capacidade de sessenta lugares sentados. Este espaço é habitualmente utilizado para a realização de recitais de música e poesia, palestras, lançamento de livros. A sala de jantar foi adaptada para um espaço expositivo permanente de azulejos e relógios antigos.

O Centro Nacional de Cultura - Núcleo do Porto, foi também acolhido neste edifício. Esta entidade tem como função estreitar laços com os seus associados do Porto. Promove eventos culturais como a “Festa na Baixa”, o Ciclo de Conferências “Figuras da Cultura do Porto”, passeios pela cidade, guiados por importantes personalidades da cultura portuense e ainda o “Concerto de Natal da Sé Catedral do Porto”.
O edifício contíguo ao principal, é onde se encontra o Banco de Materiais, desde Dezembro de 2010. Este banco funciona como reserva visitável, aberta ao púbico. Mostra os mais variados exemplares decorativos e construtivos da arquitetura no Porto. São materiais recolhidos de edifícios degradados, com a finalidade de serem devolvidos à cidade. Os materiais de maior raridade e significado cultural destinam-se ao fundo museológico, para fins didáticos e pedagógicos. O banco fornece materiais a quem apresentar um projeto de recuperação para um edifício da cidade, ou outra utilização relevante para o Porto. Na coleção constam azulejos de fachada, placas toponímicas, telhas de beiral com faiança, ornamentos em estuque.